... eu consegui uma abertura na casca da árvore. Tá que ela nem tinha flor, mas e daí? Imagina a minha felicidade. Finalmente!
Mas ai começou um cheiro estranho, um cheiro de coisa podre, de coisa imunda, fedida.
Como assim? Não pode ser!
Engano meu, pode ser sim. E é. Fazer o quê. Nem acreditei que quebrei meu nariz e arranhei a minha testa em troca de nada, sem custo-benefício algum.
É bom que eu aprendo a não esperar, mas a agir. Porque se não tudo começa a ficar estragado e eu não quero nada estragado não. Ou então eu aprendo que nada presta mesmo, que é tudo da mundiça. "Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento"
Quanto ao meu rosto... depois de tantas cabeçadas que, no fim, foram inúteis, e só me serviram para alcançar a deformação, vou esperar ele se regenerar. Quem sabe eu encontro outra árvore bem bonita por aí, começo a me iludir, esperando que sua casca seja fina e, só de olhar para ela, ela se rache e me dê uma brecha para poder entrar sabe-se-lá-onde, sem eu nem precisar danificar meu rosto.
Agora eu sei: essa não é minha época. Não mesmo. Uma pena.